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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Anício Mânlio Torquato Severino Boécio

Anício Mânlio Torquato Severino Boécio, também conhecido como Anitius Manlius Torquatus Severinus Boethius, nasceu em Roma aproximadamente entre 430 a.C. e 800 a.C. Era de uma família nobre, estudou no Oriente grego, não sabendo-se se em Atenas ou em Alexandria. Foi estadista e filósofo, tradutor, comentador e autor de livros sobre matemática, música, teologia, e homem de estado romano (cônsul e senador), considerado o principal autor matemático da Roma antiga.

Escreveu livros de textos, todos em latim, sobre aritmética, geometria, astronomia e música, muito utilizados nas escolas da idade média. Esses textos caracterizavam-se por um enfoque filosófico de cada assunto e sua aplicabilidade.

Foi tradutor de Platão e de Aristóteles. Exerceu grande influência sobre Tomás de Aquino, que se fundamenta em sua obra teológica De Trinitate para distinguir o gênero da espécie e firmar o conceito de "pessoa". Dois séculos depois, em 725 a.C, o rei Luitprand ordenou que seu corpo fosse levado para a igreja de São Pedro, em Pádua, onde passou a ser alvo de verdadeiro culto. Também foi um filósofo de expressão latina, o último dos patrísticos romanos e o primeiro dos escolásticos, com notável influência na formação do pensamento teológico e filosófico do Ocidente. A literatura latina floresceu com ele e Cassiodoro, que serviram de ponte entre a cultura clássica e os primórdios da Idade Média.

Andrew Wiles

Andrew Wiles nasceu no dia 11 de abril de 1953, em Cambridge, Inglaterra. Tornou-se PhD em matemática pela Universidade de Cambridge (1975-1979) sob a orientação do australiano John Coates, e foi professor em Princeton. A partir dos anos 80, consagrou-se como matemático por sua demonstração (1995) do mais famoso desafio matemático de todos os tempos, o Teorema de Fermat:

Considerando a equação xn + yn = zn, Fermat afirmou que não existem valores inteiros para "x", " y" e "z" que satisfaçam a equação quando "n" for um número inteiro maior do que 2. As possíveis provas de Fermat perderam-se e a demonstração deste teorema tornou-se um dos desafios mais famosos da história da matemática, enfrentado pela maioria dos matemáticos por mais de três séculos.

No dia 23 de Junho de 1993, após sete anos de trabalho, o matemático Andrew Wiles anuncia, numa conferência do Sir Isaac Newton Institute for Mathematical Sciences em Cambridge, ter encontrado uma demonstração para o desafio. Porém, pouco tempo depois, é verificada uma pequena falha. Wiles retira-se durante mais 14 meses e, finalmente, surge com a demonstração reformulada. No final de 1994, depois de alguns meses de apreciação das 200 páginas, a sua demonstração é definitivamente aceita. Trata-se de uma demonstração de tal forma técnica que apenas algumas dezenas de matemáticos em todo o mundo teriam condições de seguir o raciocínio. Wiles ganhou a consagração definitiva e 50.000 libras de prêmio da Fundação Wolfskehl pelo feito.

André Marie Ampère

André Marie Ampère foi um matemático e físico francês. Nasceu em 1775 e morreu em 1836. Sua vida foi marcada por um grande brilho no campo dos conhecimentos. Aos 12 anos, já estava familiarizado com Matemática avançada. Ele viveria, contudo, grandes dissabores familiares: com 18 anos, no período da Revolução Francesa, seu pai foi guilhotinado durante uma sublevação na cidade de Lyon; com menos de 30 anos, perdeu a esposa, com quem estava casado havia pouco tempo. Foi professor de Física e Química, tornando-se depois professor de Matemática em Paris.

Em 1820, o dinamarquês Oesterd apresentou nessa cidade, na Academia Francesa de Ciências, sua descoberta: uma agulha imantada sofria desvio na vizinhança de um condutor metálico percorrido por corrente elétrica. Isso provocou enorme interesse entre os pesquisadores franceses, que se apressaram a investigar mais sobre o assunto. Um dos mais entusiasmados nessa tarefa era Ampère. De fato, apenas uma semana após aquela apresentação ele já conseguia representar, de maneira prática, o fenômeno do desvio da agulha. É o que hoje conecemos como regra de mão direita.

Até então, os fenômenos magnéticos só podiam ser observados com auxílio de materiais magnetizados, como ímãs ou limalha de ferro. Ampère, porém, descobriu outra maneira de mostrar a atração ou repulsão provocada por um fio percorrido por corrente. Para tanto, instalou outro fio eletrificado paralelamente ao primeiro. Quando a corrente percorria ambos no mesmo sentido, eles se atraíam, repelindo-se caso o sentido de uma delas fosse invertido. Ele também pesquisou o magnetismo provocado por uma corrente que percorre um fio disposto em círculo. Concluiu teoricamente que, se o fio estivesse enrolado em espiral, o resultado seria o mesmo produzido por uma barra imantada.

Podemos dizer que suas experiências abriram um novo terreno no estudo dos fenômenos elétricos: o da eletricidade em movimento, ou Eletrodinâmica. Seu trabalho é importante porque não se compõe apenas de descobertas e experimentos, mas porque ali os fenômenos elétricos e magnéticos são também descritos matematicamente. Em 1823, Ampère chegou a afirmar que as propriedades de um ímã eram causados por corrente elétricas diminutas, que circulavam em seu interior. Isso ocorreu mais de setenta anos antes que se conhecessem as partículas elétricas que se movimentam nos átomos, as quais, de fato, são responsáveis pelos campos magnéticos.

Bibliografia: Aprendendo Física, Editora Scipione.

Amalie Emmy Noether

Amalie Emmy Noether, matemática germânica, nasceu em 23 de março de 1882 em Erlange, Bavaria (Alemanha), e morreu em 14 de abril de 1935. Foi a filha mais velha de uma família judia de quatro filhos. Concluiu o doutorado com uma dissertação sobre invariantes algébricos e ganhou notoriedade por seu trabalho em álgebra abstrata.

Filha de Max Noether, professor matemático, e de Ida Kaufmann, de uma rica família de Cologne, ambas famílias de origem judia. Estudou na Escola Höhere Töchter, em Erlangen (1889-1897) onde estudou alemão, inglês, francês, aritmética e lições de piano. Estudou também inglês e francês e prestou exames oficiais no Estado de Baviera (1900), obtendo o certificado e tornando-se professora nas escolas de meninas Bávaras.

Obteve permissão para freqüentar a Universidade de Erlangen (1900-1902). Em 1903, passou no exame em Nürnberg e foi para a Universidade de Göttingen. Estudou com Blumenthal, Hilbert, Klein e Minkowski, e em 1904 conseguiu permissão para se matricular em Erlangen, o que até então era inédito para mulheres na Alemanha. Foi orientada por Paul Gordan, e com uma tese sobre teoria dos invariantes aplicada ao teorema de Hilbert, chegou ao nível de Ph.D. em 1907 pela Universidade de Erlangen, mesmo em uma época em que não era permitido que mulheres freqüentassem universidades na Alemanha.

Com sua reputação crescendo rapidamente pelas suas publicações, em 1908 foi eleita para o Circolo Matematico di Palermo e, no ano seguinte, foi convidada a participar do Deutsche Mathematiker Vereinigung, fazendo parte da reunião anual da Sociedade em Salzburg. Devido à sua condição feminina, somente após mais de dez anos ela pôde ingressar nos quadros de Göttingen, graças à ajuda de colegas como Hilbert, com quem ela publicou um catálogo com o título de Seminário de física-matemática em 1916.

Em 1921 publicou um paper de fundamental importância para o desenvolvimento da álgebra moderna, chamado Idealtheorie in Ringbereichen. Em 1924 foi professora do holandês B L Van der Waerden, que publicou posteriormente Moderne Algebra, em dois volumes, com a maior parte do segundo volume dedicado aos trabalhos de Amalie.

Em 1927, colaborou com Helmut Hasse e Richard Brauer no trabalho sobre álgebra não-commutativa. Participou do Congresso International de Matemática de Bologna (1928) e também do de Zurique (1932), no mesmo ano em que ganhou o prêmio intitulado Alfred Ackermann-Teubner Memorial Prize for the Advancement of Mathematical Knowledge. Em 1933 migrou para os EUA, passando a trabalhar no Bryn Mawr College e no Institute for Advanced Study, em Princeton, New Jersey. Dois anos depois morreu em Bryn Mawr, Pennsylvania, USA. Seu trabalho sobre teoria dos invariantes foi usado por Albert Einstein na formulação da teoria da relatividade.

Abu Abdullah Mohammed ben Musa Al-Khwarizmi

Abu Abdullah Mohammed ben Musa Al-Khwarizmi foi um matemático árabe que nasceu em torno de 780 e morreu por volta do ano 850. Sabe-se pouco sobre sua vida. Há indícios de que ele, ou a sua família, era originário de Khowarezm, a região a sul do mar Aral, na altura parte da Pérsia ocupada pelo Árabes (atualmente parte do Uzbequistão). Foi um dos primeiros matemáticos a trabalhar na Casa da Sabedoria, em Baghdad, durante o reinado do califa al-Mamum (813-833).

Al-Khwarizmi escreveu tratados sobre aritmética, álgebra, astronomia, geografia e sobre o calendário. É possível que tenha escrito um tratado sobre o astrolábio e outro sobre relógios de sol, mas estes dois últimos não chegaram aos nossos dias. Tanto o tratado sobre a aritmética como o sobre a álgebra constituíram o ponto de partida para trabalhos posteriores e exerceram uma forte influência no desenvolvimento da matemática, principalmente da aritmética e da álgebra.

A versão original do pequeno tratado de aritmética de Al-Khwarizmi encontra-se perdida, mas este chegou a Espanha e existem traduções, do século XII, para latim. No seu texto al-Khwarizmi introduz os nove símbolos indianos para representar os algarismos e um círculo para representar o zero. Depois explica como escrever um número no sistema decimal de posição utilizando os 10 símbolos. Descreve as operações de cálculo (adição, subtração, divisão e a multiplicação) segundo o método indiano e explica a extração da raiz quadrada. Depois do cálculo com números inteiros, aborda o cálculo com frações (expressando-as como a soma de frações unitárias).

De acordo com Youschkevitch, existem três textos, em latim, do século XII, que podem ser traduções do tratado de aritmética de al-Khwarizmi. O Liber Algorismi de pratica arismetrice (o Livro de Algorismi sobre a aritmética prática), escrito por João de Sevilha (ou de Todelo), um judeu espanhol convertido ao catolicismo que trabalhou em Todelo de 1135 a 1153. O Liber Ysagogarum Alchorismi in artem astronomicam (Introdução de Algorismi sobre a arte da astronomia), do qual se conhecem várias cópias, uma datada de 1143. Não se sabe quem terá sido o seu autor se o inglês Adelardus de Bada, ou Bath (que pertencia à escola de Toledo), ou de Robert de Cherter, também inglês. Youschkevitch, refere, ainda, uma outra tradução, do século XIII, sem título, que se encontra na Biblioteca da Universidade de Cambridge, publicada por Boncompagni, em 1857, com o título Algoritmi de numero indorum e que inicia com as palavras Dixit Algorismi (ou seja, Algorismi disse).
A palavra algorismi é portanto a versão latina do nome al-Khwarizmi e que derivou na palavra algoritmo.

O tratado de álgebra escrito por Al-Khwarizmi data de cerca de 830 e tem o título Hisab al-jabr w'al-muqabala, uma possível tradução seria o cálculo por completação (ou restauração) e redução. Al-jabr é a operação que consiste em adicionar termos iguais a ambos os membros da equação de forma a eliminar os termos com coeficiente negativo e al-muqabala a operação que se faz de seguida e que consiste em adicionar os termos semelhantes.

Al-Khwarizmi diz-nos, na introdução da sua álgebra, com o título, que o califa al-Mamum o encorajou a escrever um pequeno trabalho sobre o cálculo pelas regras de completação e redução, confinando-o ao que é mais simples e mais útil na aritmética, tais como as que os homens constantemente necessitam no caso das heranças, partilhas, processos judiciais, e comércio, e em todas os seus negócios com outros, ou quando a medição de terras, a escavação de canais, cálculos geométricos, e outros coisas de várias espécies e tipos estão envolvidos.

O seu livro é composto por três partes. A primeira sobre a álgebra, que precede um breve capítulo sobre os transações comerciais; a segunda sobre a geometria e a terceira parte sobre as questões de heranças. No seu livro Al-Khwarizmi não usa qualquer símbolo, nem sequer os símbolos que descreverá posteriormente na sua aritmética.

O livro foi, também, traduzido para latim, no século XII, mas essas traduções não incluíam a segunda e a terceira partes. Robert de Chester, na sua tradução para latim, de 1140, traduz o tratado de álgebra de al-Khwarizmi com título Liber algebrae et almucabala, portanto álgebra deriva da tradução latina de al-jarb.

Alcuino de York

Alcuino de York nasceu na Grã Bretanha na cidade de Northumbria em 735 e morreu dia 19 de Maio de 804 em Tours, na França. Estudou na Itália e também na escola catedral de York, onde ensinou durante cerca de 15 anos. Foi lá que criou uma das melhores bibliotecas da Europa de então e transformou a escola em um dos maiores centros de saber.

Em 782 foi convidado por Carlos Magno para tomar conta das questões educacionais da sua corte. Fundou o palácio-escola de Aix-la-Chapelle onde eram ensinadas as sete artes liberais segundo o sistema educacional de Cassiodorus. É atribuída a Alcuino a autoria de diversos problemas Matemáticos para jovens, intitulados como Propositiones ad Acuendos Juvenes (Problemas para Estimular os Jovens). Estes 53 problemas e as suas soluções nos dão uma ideia do estado da educação matemática durante o reinado de Carlos Magno.

Albert Girard

Albert Girard nasceu em 1595 em St Mihiel (França) e morreu no dia 8 de dezembro de 1632 em Leiden (Holanda). Era francês, mas emigrou como refugiado religioso para a Holanda. Frequentou pela primeira vez a Universidade de Leiden, aos 22 anos, onde estudou Matemática. Porém, seu primeiro interesse foi a música.

Trabalhou em álgebra, trigonometria e aritmética. em 1626 publicou um tratado sobre trigonometria contendo as primeiras abreviaturas sen, cos, tag. Também forneceu fórmulas para o cálculo da área do triângulo. Em álgebra, desenvolveu esboços do Teorema fundamental da álgebra e traduziu os trabalhos de Stevin em 1625.

É também famoso por ser o primeiro a formular fn+2 = fn+1 + fn, que é a definição da sucessão de Fibonacci.

Girard dedicou grande parte do seu tempo à engenharia no Exército Holandês, apesar de este ter provavelmente sido após a publicação do seu trabalho sobre trigonometria. Em 1629, escreveu Invention nouvelle en l'algèbre (1629), demonstrando que as equações podiam ter raízes negativas e imaginárias.

Como professor, ensinou Matemática, Engenharia, Óptica e Música. Patrocinado pela corte, também pesquisou a lei da refração e dedicou muito do seu tempo à Engenharia no Exército Holandês, especialmente no projetos de fortificações e na cartografia.

Albert Einstein

Albert Einstein nasceu numa sexta-feira, dia 14 de março de 1879, em Ulm, uma próspera cidade ao sul da Alemanha. Ele foi o primeiro e único filho homem de Hermman Einstein e Pauline Koch. Já nos primeiros anos de sua vida, Einstein provocava comentários. Sua mãe estava convencida de que o formato de sua cabeça era fora do comum e temia que tivesse algum problema mental, porque era muito lento para aprender a falar. Passou sua juventude em Munique, onde sua família possuía uma pequena oficina destinada à construção de máquinas elétricas. Einstein não falou até os 3 anos de idade, mas desde jovem mostrou uma curiosidade brilhante sobre a Natureza, e uma habilidade para compreender conceitos matemáticos avançados. Com 12 anos de idade, aprendeu por conta própria a Geometria Euclideana.

Albert cresceu forte e saudável, embora não gostasse de praticar esportes organizados. Era um garoto quieto e particularmente solitário, que preferia ler e ouvir música. Não gostava do regime monótono e do espírito sem imaginação da escola em Munique. Se considerasse os conselhos de um de seus professores teria abandonado a escola. Terminou a escola secundária em Arrau, Suíça, e com boas notas somente em Matemática, entrou, em 1896, no Instituto Politécnico de Zurique, onde se graduou em 1901 com dificuldades. Einstein não gostava dos métodos de instrução lá. Frequentemente não assistia às aulas, usando o tempo para estudar Física ou tocar seu adorado violino. Seus professores não o tinham como grande aluno e não o recomendariam para uma posição na Universidade. Por dois anos Einstein trabalhou como tutor e professor substituto. Em 1902, assegurou uma posição como examinador no Escritório de Patentes da Suíça em Bern. Em 1903, casou-se com Mileva Maric, que havia sido sua colega na Escola Politécnica.

Em 1905, após ter conseguido um emprego no serviço federal de patentes que o deixava com horas vagas para estudar os problemas da física contemporânea, o mundo tomou conhecimento de sua existência através da publicação de cinco artigos nos Annalen der Physik, revista científica alemã. No mesmo ano recebeu seu grau de Doutor pela Universidade de Zurique por uma dissertação teórica a respeito das dimensões de moléculas, e também publicou 3 trabalhos teóricos de grande importância para o desenvolvimento da Fïsica do século 20. No primeiro desses trabalhos, sobre o Movimento Browniano, ele realizou previsões significantes sobre o movimento de partículas distribuídas aleatoriamente em um fluido. Tais previsões seriam confirmadas posteriormente, através de experiências.

O segundo Trabalho, sobre o Efeito Fotoelétrico, continha uma hipótese revolucionária a respeito da natureza da luz. Einstein não somente propôs que sob certas circunstâncias pode-se considerar a luz feita de partículas, mas também a hipótese que a energia carregada por qualquer partícula de luz, chamada de fóton, é proporcional à frequência da radiação. Uma década mais tarde, o Físico americano Robert Andrews Millikan confirmou experimentalmente a teoria de Einstein. Einstein, cuja preocupação primordial é compreender a natureza da radiação eletromagnética, desenvolveu posteriormente uma teoria que seria uma fusão dos modelos de partícula e onda para a luz. Novamente, poucos cientistas compreendiam ou aceitavam suas idéias.

A Teoria da Relatividade Especial

O terceiro grande Trabalho de Einstein em 1905, "Sobre a Eletrodinâmica dos Corposem Movimento", continha o que tornou-se conhecido como a Teoria Especial da Relatividade. Desde a época do Matemático e Físico inglês Isaac Newton, os filósofos naturais (como os físicos e químicos eram conhecidos) tentavam compreender a natureza da matéria e da radiação e como elas interagiam. Não existia uma explicação consistente para o modo como a radiação (a luz, por exemplo) e a matéria interagiam quando vistas de referenciais inerciais diferentes, isto é, uma interação vista simultaneamente por um observador em repouso e um observador movendo-se com velocidade constante.

No Outono de 1905, após considerar estes problemas por 10 anos, Einstein percebeu que o problema não se encontrava em uma teoria da matéria, mas em uma teoria relativa às medidas. Einstein desenvolveu, então, uma teoria baseada em dois postulados: o Princípio da Relatividade, que as leis físicas são as mesmas em todos os referenciais inerciais, e o Princípio da Invariância da velocidade da luz, onde a velocidade da luz no vácuo é uma constante universal. Assim, Einstein era capaz de dar uma descrição correta e consistente de eventos físicos em referenciais inerciais diferentes sem fazer suposições especiais sobre a natureza da matéria e da radiação, ou como elas interagiam. Virtualmente, ninguém compreendeu seus argumentos. Einstein e a Teoria da Relatividade Geral Mesmo antes de deixar o Escritório de Patentes em 1907, começara o trabalho de extender e generalizar o teoria da relatividade para todos os referenciais. Ele iniciou enunciando o Princípio da Equivalência, um postulado que campos gravitacionais são equivalentes à acelerações de referênciais. Por exemplo, uma pessoa em um elevador em movimento não pode, em princípio, decidir se a força que atua sobre ela é causada pela gravidade ou pela aceleração constante do elevador. A Teoria da Relatividade Geral completa não foi publicada até 1916. Nesta teoria, as interações de corpos que até então haviam sido atribuídas às forças gravitacionais, são explicadas como a influência dos corpos sobre a geometria do espaço-tempo (espaço quadridimensional, uma abstração matemática, tendo as três dimensões do espaço Euclideano e o tempo como a quarta dimensão).

Baseado em sua Teoria da Relatividade Geral, Einstein explicou as previamente inexplicáveis variações no movimento orbital dos planetas, e previu a inclinação da luz de estrelas na vizinhança de um corpo maciço, como o Sol. A confirmação deste último fenômeno durante um eclipse em 1919 tornou-se um grande evento, tornando Einstein famoso no mundo inteiro. Pelo resto de sua vida, Einstein devotou tempo considerável para generalizar ainda mais esta Teoria. Seu último esforço, a Teoria do Campo Unificado, que não foi inteiramente um sucesso, foi uma tentativa de compreender todas as interações físicas - incluíndo as interações eletromagnéticas e as interações forte e fraca - em termos da modificação da geometria do espaço-tempo entre as entidades interagentes.

Entre 1915 e 1930 a grande preocupação da Física estava no desenvolvimento de uma nova concepção do caráter fundamental da matéria, conhecida como Teoria Quântica. Esta teoria continha a característica da dualidade partícula-onda (a luz exibe propriedades de partícula, assim como de onda), assim como o Princípio da Incerteza, que estabelece que a precisão nos processos de medidas é limitada. Einstein, entretanto, não aceitaria tais noções e criticou seu desenvolvimento até o final da sua vida. Disse Einstein uma vez: "Deus não joga dados com o mundo".

Durante a I Guerra Mundial, com cidadania suíça, ele trabalhou na generalização de sua teoria para os sistemas acelerados. Elaborou então, uma nova teoria da gravitação em que a clássica teoria de Newton assume papel particular. Einstein, com o passar dos anos, continua a não aceitar completamente diversas teorias. Por exemplo, Einstein não aceitava o princípio de Heisenberg que o universo estivesse abandonado ao acaso.
"Deus pode ser perspicaz, mas não é malicioso.", disse ele sobre este princípio que destruía o determinismo que estava ancorada a ciência desde a Grécia Antiga.

O Nobel
Einstein, o Cidadão do Mundo Após 1919, Einstein tornou-se internacionalmente reconhecido. Ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1921 pelo seu estudo do campo fotoelétrico, e não pela teoria da relatividade, ainda controvertida. Sua visita a qualquer parte do mundo tornava-se um evento nacional; fotógrafos e repórteres o seguiam em qualquer lugar.

O Homem Político

Einstein aceitou uma cátedra no Institute for Advance Study, em Princeton, Estados Unidos e, em 1940, adquiriu cidadania americana após o surgimento da II Guerra Mundial, em 1939. Einstein sempre assumiu posições públicas sobre os grandes problemas de sua época, fosse a respeito da existência do Estado de Israel, da União Soviética, da luta contra o nazismo, ou, após a II Guerra Mundial, contra a fabricação de armas nucleares. Einstein entregou uma carta ao presidente americano advertindo-o da possibilidade de os alemães fabricarem sua própria bomba, no entanto, a carta levou os EUA a fabricarem a sua. Num último apelo, Einstein escreveu ao presidente Theodore Roosevelt, que morreu sem ao menos ler a carta. Truman, seu sucessor, ignorou-a e lançou a bomba atômica em Hiroshima e, três dias depois, em Nagasaki, no Japão. Em 1922, Einstein tornou-se membro do Comitê de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. Em 1925, juntamente com o líder dos direitos civis indianos Mahatma Gandhi, trabalhou numa campanha pela abolição do serviço militar obrigatório. E, em 1930, Einstein colocou novamente seu nome em outro importante manifesto internacional, desta vez organizado pela Liga Internacional da Mulher pela Paz e Liberdade. Pedia o desarmamento internacional como sendo a melhor maneira de assegurar uma contínua paz. Envolveu-se ainda em várias causas sociais.

Em 1925, Albert Einstein veio ao Brasil. Esteve no Rio de Janeiro, em visita a instituições científicas e culturais. Proferiu duas conferências: na Academia Brasileira de Ciências e no Instituto de Engenharia do Rio de Janeiro. Quando Adolf Hitler começou seu governo na Alemanha, Einstein decidiu deixar a Alemanha imediatamente. Foi para os Estados Unidos e ocupou uma posição no Instituto para Estudos Avançados em Princeton, New Jersey.

Quando a morte de Einstein foi anunciada em 1955, a notícia apareceu nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo: "Morreu um dos maiores homens do século 20".

Ada Byron King

Ada Byron King, a condessa de Lovelace, foi uma das poucas mulheres a figurar na história do processamento de dados. Nasceu em Londres, no dia 10 de Dezembro de 1815. O seu nome de batismo foi Augusta Ada King, Lady Lovelace para a posteridade. O seu pai era Lord Byron, um poeta muito famoso, e sua mãe era Anne Isabelle Milbanke, da qual adquiriu o amor pela Matemática.

Seu pai deixou sua mãe um mês após seu nascimento e deixou a Inglaterra quatro meses depois, morrendo em 1823 na Grécia, sem nunca ter visto a filha. Herdeira de grande fortuna, sua mãe não queria que sua filha fosse poeta como o pai e procurou dar-lhe uma educação em matemática e música. Transitando com a mãe pela nobreza intelectual londrina, foi levada por Mary Somerville, uma tradutora de trabalhos científicos em Cambridge, para conhecer (1833) Charles Babbage, professor de matemática em Cambridge, conhecido como o inventor da Difference Engine, uma máquina de calcular que operava com elementos finitos.

Ada foi educada como muitos aristocratas da altura, através de tutores pessoais. Manifestou desde logo uma enorme aptidão para a Matemática. Seus estudos mais avançados foram feitos sob a supervisão de De Morgan. Então, ela utilizou seus conhecimentos matemáticos para criar programas para a máquina de Babbage, tornando-se a primeira programadora de computador do mundo. Inventou o conceito de subrotina: uma seqüência de instruções que pode ser usada várias vezes em diferentes contextos. Ela descobriu o valor das repetições - os laços (loops): deveria haver uma instrução que retornasse a leitora de cartões a um cartão específico, de modo que a seqüência pudesse ter sua execução repetida. Ela sonhava com o desvio condicional: a leitora de cartões desviaria para outro cartão "se" alguma condição fosse satisfeita.

Nos anos 70, a linguagem ADA foi desenvolvida e batizada em homenagem a Ada Lovelace. É baseada em PASCAL, sendo uma linguagem desenhada para ser legível e facilmente mantida.

Infelizmente essa brilhante cientista morreu de câncer, no dia 27 de Novembro de 1852, com apenas 37 de idade, e foi enterrada ao lado do pai que ela nunca conheceu.

Niels Henrik Abel

Niels Henrik Abel nasceu no dia 5 de agosto de 1802 em Finnoy, Noruega, e morreu no dia 16 de abril de 1829 em Froland, Noruega. Ele provou a impossibilidade de resolver algebricamente a equação geral de quinto grau. A vida de Abel foi dominada por pobreza. Depois da morte de seu pai, que era um ministro protestante em 1820, Abel teve a responsabilidade de sustentar sua mãe e sua família. O professor de Abel, Holmboe, reconheceu o talento dele para matemática, arrecadou dinheiro dos seus colegas para permitir a Abel freqüentar a Universidade de Christiania. Ele entrou na universidade em 1821, 10 anos depois da fundação da universidade, e se formou em 1822.

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Abel publicou, em 1823, documentos em equações funcionais e integrais. Nestes, Abel dá a primeira solução de uma equação integral. Em 1824 ele provou a impossibilidade de resolver algebricamente a equação geral do quinto grau e publicou isto à seu próprio custo, esperando obter reconhecimento para o seu trabalho. Ele eventualmente ganhou uma bolsa de estudos do governo norueguês para viajar, visitando Alemanha e França.

Abel foi instrumental no estabelecimento de análise matemática em uma base rigorosa. O seu trabalho principal Recherches sur les fonctions elliptiques foi publicado em 1827 no primeiro volume do Diário de Crelle, o primeiro diário dedicado completamente a matemática. Abel conheceu Crelle na sua visita para a Alemanha.

Depois de visitar Paris ele voltou à Noruega com muitas dívidas. Enquanto em Paris ele visitou um doutor que o informou que ele tinha tuberculose. Apesar de sua saúde ruim e pobreza, ele continuou escrevendo documentos em teoria da equação e funções elípticas de importância principal no desenvolvimento da teoria inteira. Abel revolucionou a compreensão de funções elípticas estudando a inversa destas funções.

Abel viajou de trenó para visitar sua noiva no Natal de 1828 em Froland. Ele ficou seriamente doente durante a jornada de trenó e morreu meses depois.


Fontes:

Bibliografia: Dictionary of Scientific Biography; Biography in Encyclopaedia Britannica; O Ore, Niels Henrik Abel, Mathematician Extraordinary (New York, 1974); E T Bell, Men of Mathematics (New York, 1986), 307-326; H Wussing, Abel, in H Wussing and W Arnold, Biographien bedeutender Mathematiker (Berlin, 1983); M I Rosen, Niels Henrik Abel and the equation of the fifth degree, Amer. Math. Monthly 102 (1995), 495-505

Abraham Bar Hiyya

Abraham Bar Hiyya nasceu em 1092 e morreu em 1167. Foi um matemático e astrónomo judeu que viveu na Espanha. Também era conhecido pelo seu nome em latim: Savarsoda, que significa governador da cidade. Ele foi educado em um dos principados árabes do califado de Córdova, mas foi em Barcelona que Abraham escreveu as suas obras originais em hebreu.

Conhecem-se duas obras suas com conteúdos matemáticos:
- a primeira enciclopédia escrita em hebreu, sobre matemática, astronomia, óptica e música, chamada Yesodey ha-Tevuna u-Migdal ha-Emuna;
- uma obra de geometria prática, chamada Hibbur ha-Meshiha we-ha-Tishboret, de 1116. Esta obra foi traduzida para latim, em 1145, por Plato de Tivoli, com o nome Liber embadorum.

Embora esta última tivesse como objetivo ajudar os judeus espanhóis e franceses no cálculo da medição dos campos, nele encontram-se algumas definições, axiomas e teoremas de Euclides. Encontram-se também justificações geométricas, ao estilo islâmico, para justificar problemas algébricos, incluindo as equações do 2º grau.